O ano de 2010 foi marcado pela escalada da inflação, pelas eleições e pela insegurança em relação à recuperação econômica dos países desenvolvidos. Diante desse cenário, muitos investidores procuraram proteger seus investimentos em aplicações como o ouro e a renda fixa, ao mesmo tempo em que a bolsa amargou perdas.
No Brasil, os investimentos que conseguiram superar a inflação foram os títulos de renda fixa atrelados ao IPCA (Tesouro Direto – NTN-B), que deve fechar o ano em 5,8%, ou aqueles ligados ao CDI (Tesouro Direto – LFT). Para conter a economia aquecida, o Banco Central elevou os juros de 8,75% para 10,75% ao longo do ano, tendência que deve continuar em 2011. A poupança, por sua vez, quase não conseguirá superar a inflação, mas fechará o ano sem perdas reais.
A bolsa de valores, baseado apenas pelo Ibovespa, não foi um bom investimento, visto que vai encerrar o ano com rentabilidade nula. O principal motivo é o forte peso das Blue Chips no índice (Ações com maior volume de negócios na Bolsa) que tiveram fraco desempenho no ano. A principal ação do índice, a Petrobras, esteve envolvida em incertezas sobre a capitalização, tendo conseqüente desvalorização de mais de 30% nos papéis da estatal.
Por outro lado, quem investiu nas ações dos principais setores que estão em alta na economia brasileira, se deu muito bem. Os 3 setores que tiveram ações com melhor desempenho (considerando as 5 principais empresas de cada setor), conforme a classificação setorial da Bovespa foram:
- Tecido, Vestuário e Calçado = Retorno médio de 97% no ano.
- Empresas da amostra: Lojas Renner, Guararapes, Lojas Marisa, Cia Hering e Alpargatas.
- Material Aeronáutico e rodoviário = Retorno médio de 67% no ano.
- Empresas da amostra: Embraer, Marcopolo, Randon, IOCHP-Maxion e Metal Leve.
- Medicamentos e serviços de saúde = Retorno médio de 52% no ano.
- Empresas da amostra: Amil, DASA, Odontoprev, Fleury e Cremer.
Contudo vale reconhecer que o ouro foi a aplicação do ano. O metal se valorizou em 2010: nada menos que 37,10% até meados de dezembro. Essa alta é comum quando os investidores se sentem inseguros diante de ameaças de crises e conflitos, pois apostar no metal precioso protege as aplicações.
Este ano, os investidores temiam uma nova crise mundial, frente ao grande endividamento de alguns países europeus (os chamados Piigs) e do crescimento americano abaixo do esperado. Outro problema foi a forte desvalorização do dólar, que usualmente puxa o preço das commodities para cima, como é o caso do ouro.
Entretanto, especialistas acreditam que 2010 não foi um ano repleto de acontecimentos econômicos marcantes.
Agora é aguardarmos o ano novo, e os primeiros dias do Governo Dilma, para analisarmos as perspectivas sobre os melhores investimentos.
Bons Investimentos em 2011!