Apartidário do debate pré-eleitoral, os Governos FHC e LULA apresentam situações no Mercado de Capitais semelhantes a política. Em alguns pontos continuidade, em outros, divergências; reflexos do momento econômico externo e interno, e das prioridades partidárias. Vamos analisar quais os setores mais valorizados na Bolsa de Valores durante cada Governo.
FHC
Setor de Telecomunicações – O setor passou por enormes transformações no seu Governo. A privatização da Telebrás transformou o País da telefonia por Orelhões, em ligações por Celulares, devido a quebra de monopólio e redução de custos.
Ações da Telebrás (TELB4) e PLIN4 ( atual NETC4) são uma das Blue Chips da Bolsa.
Setor de Commodities – Como grande exportador de matéria prima para o mundo, o setor também teve fortes avanços neste Governo. PETR4, VALE5 e GGBR4 foram algumas das ações mais valorizadas. Na ocasião também houve uma grande capitalização na Petrobras e Vale.
Setor Bancário (Grandes Bancos) – O projeto de estabilidade econômica, ocorrido durante este Governo, e a modernização do setor preparou os Bancos brasileiros para enfrentar crises e competir no Mercado internacional. O setor, apesar de algumas turbulências nas crises externas enfrentadas no período, se fortaleceu com a criação de normas mais rígidas para controle de risco e modernização dos sistemas bancários (meios eletrônicos de atendimento). Houveram grandes fusões e surgimentos de Grandes conglomerados financeiros.
Ações do Bradesco (BBDC4), Itaú (atual ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), se transformaram em Blue Chips admiradas por estrangeiros.
LULA
Setor de Consumo doméstico – O setor alavancou o faturamento no seu Governo. As crises no Mercado externo foram compensadas com o crescimento do Mercado interno. O fator decisivo foi o crescimento do mercado consumidor na classe C, com mais empregos e distribuição de renda, via bolsa família, em regiões afastadas dos grandes centros. As grandes ações do setor abriram capital neste Governo, através do Novo Mercado. As rentabilidades das suas ações se transformaram em fenômenos na Bolsa.
Ações da Natura (NATU3), Marisa (AMAR3) e Hering (HGTX3) passaram de small caps de 2ª linha, para promessas de se transformarem nas grandes Blue Chips da Bolsa.
Setor de Construção Civil – O renascimento deste setor deve-se a queda nas taxas de juros, uma tendência global, e aumento da renda nas classes menos favorecidas. Construtoras populares viraram foco de aquisições por construtoras que antes só faziam obras para a elite.
Ações da MRV (MRVE3), PDG (PDGR3) e TENDA (incorporada pela Gafisa – GFSA3) rentabilizaram muito no 2º mandato do Governo.
Setor de Commodities – As tradicionais Blue Chips de commodities, como PETR4, VALE5 e GGBR4 também estiveram entre os motores do crescimento da Bolsa, principalmente no 1º mandato do Lula. A força do mercado consumidor Chinês, ávido por commodities, foi o principal influenciador das fortes valorizações. Neste ano de 2010 essas ações já não foram tão favoráveis quanto em outros anos.
Setor Bancário (Pequenos Bancos) – A continuidade do projeto de estabilidade econômica do Governo FHC consolidou nossos bancos no Mercado internacional. O setor passou pelas últimas grandes fusões ( ABN – Santander e Itaú-Unibanco) e restaram os pequenos bancos (Middle Cap) como foco de concorridas disputas pelos grandes conglomerados.
Ações do PINE (PINE4), Banrisul (BRSR6) e BIC (BICB4) aumentaram muito o volume de negócios com a especulação de prováveis aquisições pelos grandes Bancos.
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