Em fevereiro de 2007, O mercado financeiro americano teve o seu Baile da Ilha Fiscal. O motivo de festa era o aniversário de 60 anos de Stephen Schwarzman, controlador do fundo de private equity Blackstone. Mais que o aniversário, celebravam-se, ali, os feitos do homem mais poderoso de Wall Street. Seu fundo controlava empresas que faturavam 171 bilhões de dólares e tinham mais de meio milhão de funcionários. No ano anterior, o bônus de Schwarzman havia sido de 398 milhões de dólares, ou mais de 1 milhão de dólares por dia. E, dias antes da festa, ele concluíra a compra da companhia imobiliária Equity Office Properties por 39 bilhões de dólares. Limusines engarrafaram a Park Avenue, em Nova York, para despejar os 500 luminares convidados. Entre eles, os presidentes dos maiores bancos de investimento do mundo, todos também vivendo o auge de seu poder. Rod Stewart subiu ao palco (o cachê: 1 milhão de dólares); um recém-concluído retrato em tamanho real do aniversariante foi exibido. No mês seguinte, Schwarzman entrou com a papelada para a abertura de capital do Blackstone, que faria sua fortuna chegar a 10 bilhões de dólares. Quem viu nesses excessos todos um mau sinal acertou em cheio. Poucos meses depois da festa, o reinado de Schwarzman chegou ao fim. No ano seguinte, Wall Street inteira iria para o buraco.
A história de Schwarzman - do início modesto à queda, passando pelo breve período monárquico - é narrada no recém-lançado King of Capital ("O rei do capital"), escrito pelos jornalistas americanos David Carey e John Morris. Em 1985, Schwarzman juntouse a seu chefe no Lehman Brothers, Peter Peterson, para tentar aproveitar aquela que era a maior sensação de Wall Street nos anos 80: a onda de compras de empresas por fundos. Reinava absoluto, na época, o KKR, fundado por Henry Kravis. O KKR inventou a forma com que os grandes fundos ganhariam fortunas. Para comprar uma empresa, bastava entrar com um pouco de dinheiro, tomar o resto emprestado e, depois, usar o caixa da companhia comprada para pagar a dívida. Ao fim do processo - se tudo, claro, desse certo -, os fundos vendiam a empresa por um preço maior, e sem a dívida. Schwarzman foi um dos que viram na estratégia da KKR uma oportunidade única de ganhar dinheiro. Ao mesmo tempo,
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