Nosso próximo personagem não possuía formação em finanças ou economia, tampouco trabalhava diretamente com a compra ou venda de ativos. Ainda assim, seu nome é talvez o mais pronunciado até hoje nos mercados. E por todos os mercados, há mais de um século.
Charles Dow era jornalista. Possuía uma coluna no The Wall Street Journal no final do século XIX. Na verdade, Charles Dow fundou o Wall Street Journal, uma das mais respeitadas publicações sobre o mercado financeiro. Dow também fundou, em sociedade com Edward Jones, o grupo Dow Jones & Company. Ainda assim, sua criação mais importante não foi nenhuma destas duas.
Dow era um estudioso do mercado. Tentava entender os movimentos de ações e títulos em uma época de pouco desenvolvimento do mercado de capitais norte-americano. Sua teoria tratava basicamente deste assunto, os movimentos do mercado. Mas Dow encontrou muita dificuldade em dimensionar tendências, até porque estas não eram similares para todas as variáveis, ou ações, estudadas.
Pela Teoria de Dow, o jornalista fez os mercados olharem de forma unificada para seu movimento diário, com a criação da mais importante proxy do mercado acionário internacional, o índice Dow Jones. Em sua forma principal, o Dow Jones Industrial Average apareceu em 1896. Mas a história do índice vem de antes. Vem do Dow Jones Averages, de 1884.
Um índice
Inicialmente, Charles Dow buscou aglomerar as principais ações negociadas na bolsa norte-americana e estipular uma média ponderada delas como forma de avaliar o movimento do mercado como um todo. Sendo assim, a primeira forma do índice Dow Jones englobava 11 ativos, sendo 9 papéis de ferrovias e 2 industriais. Era a época do boom das railways nos Estados Unidos.
Mesmo em um período em que o setor industrial ainda tinha pouco peso sobre a economia norte-americana, Charles Dow vislumbrava sua importância para o futuro. Apesar dos 2 ativos no Dow Jones Averages, acreditava que monitorar as ações do setor industrial era de extrema importância, pelo potencial de industrialização que a América apresentava no final do século XIX.
A partir daí, o Dow Jones Industrial Average foi oficializado em 1896, somente com ativos de indústrias. Sua primeira listagem continha apenas 12 ações, bem menos que as 30 blue chips que lista atualmente. Destas doze, a única que sobrevive no índice até hoje é a ação da gigante General Electric, a companhia fundada por Thomas Edison.
Mais que um índice
A notoriedade de Charles Dow vem mais pelo índice, mas também pelo Wall Street Journal. Para os mercados, no entanto, a Teoria de Dow atravessou séculos. Dow nunca a publicou ou escreveu qualquer livro diretamente sobre o assunto. Seus relatos nas colunas do WSJ fomentaram uma série de estudiosos da Dow's Theory a ir a fundo às ideias do autor.
O mais impressionante é que, assim como seu índice, sua teoria sobrevive até hoje. Basicamente, mostra que 125 anos depois o mercado continua caminhando de forma semelhante. As principais proposições de Charles Dow norteiam conceitos de análise técnica, precificação de ativos e filosofia do investidor.
Axiomas
Um de seus axiomas principais minimiza a capacidade dos agentes manipularem uma tendência de mercado. Segundo a Teoria de Dow - que consta no livro "The Dow Theory", de Robert Rhea -, não dá para manipular a primeira tendência do mercado. Para ela, somente movimentos de intraday e tendências secundárias podem ser guiadas pelo comportamento especulativo dos agentes.
O comportamento do volume, as reversões de tendência e suas proposições sobre os movimentos primários, secundários e terciários do mercado serviram de fundamentação para o desenvolvimento da análise técnica e seus suportes e resistências. Para Dow, uma tendência de mercado continua válida até ser revertida.
Noticiário antigo
Outra proposição básica de Dow é que as médias descontam tudo. Em sua visão, os mercados refletem todas as informações disponíveis nos preços, questão que depois seria desenvolvida pela hipótese de mercados eficientes. Segundo a teoria de Dow, os preços representam a soma total de desejos, medos e expectativas de todos os participantes do mercado.
A velha máxima do "sobe no boato, cai no fato" tem raízes em sua teoria, para quem os mercados sempre olham para frente; ou seja, o que está no noticiário é passado.
Charles Dow era jornalista. Possuía uma coluna no The Wall Street Journal no final do século XIX. Na verdade, Charles Dow fundou o Wall Street Journal, uma das mais respeitadas publicações sobre o mercado financeiro. Dow também fundou, em sociedade com Edward Jones, o grupo Dow Jones & Company. Ainda assim, sua criação mais importante não foi nenhuma destas duas.
Dow era um estudioso do mercado. Tentava entender os movimentos de ações e títulos em uma época de pouco desenvolvimento do mercado de capitais norte-americano. Sua teoria tratava basicamente deste assunto, os movimentos do mercado. Mas Dow encontrou muita dificuldade em dimensionar tendências, até porque estas não eram similares para todas as variáveis, ou ações, estudadas.
Pela Teoria de Dow, o jornalista fez os mercados olharem de forma unificada para seu movimento diário, com a criação da mais importante proxy do mercado acionário internacional, o índice Dow Jones. Em sua forma principal, o Dow Jones Industrial Average apareceu em 1896. Mas a história do índice vem de antes. Vem do Dow Jones Averages, de 1884.
Um índice
Inicialmente, Charles Dow buscou aglomerar as principais ações negociadas na bolsa norte-americana e estipular uma média ponderada delas como forma de avaliar o movimento do mercado como um todo. Sendo assim, a primeira forma do índice Dow Jones englobava 11 ativos, sendo 9 papéis de ferrovias e 2 industriais. Era a época do boom das railways nos Estados Unidos.
Mesmo em um período em que o setor industrial ainda tinha pouco peso sobre a economia norte-americana, Charles Dow vislumbrava sua importância para o futuro. Apesar dos 2 ativos no Dow Jones Averages, acreditava que monitorar as ações do setor industrial era de extrema importância, pelo potencial de industrialização que a América apresentava no final do século XIX.
A partir daí, o Dow Jones Industrial Average foi oficializado em 1896, somente com ativos de indústrias. Sua primeira listagem continha apenas 12 ações, bem menos que as 30 blue chips que lista atualmente. Destas doze, a única que sobrevive no índice até hoje é a ação da gigante General Electric, a companhia fundada por Thomas Edison.
Mais que um índice
A notoriedade de Charles Dow vem mais pelo índice, mas também pelo Wall Street Journal. Para os mercados, no entanto, a Teoria de Dow atravessou séculos. Dow nunca a publicou ou escreveu qualquer livro diretamente sobre o assunto. Seus relatos nas colunas do WSJ fomentaram uma série de estudiosos da Dow's Theory a ir a fundo às ideias do autor.
O mais impressionante é que, assim como seu índice, sua teoria sobrevive até hoje. Basicamente, mostra que 125 anos depois o mercado continua caminhando de forma semelhante. As principais proposições de Charles Dow norteiam conceitos de análise técnica, precificação de ativos e filosofia do investidor.
Axiomas
Um de seus axiomas principais minimiza a capacidade dos agentes manipularem uma tendência de mercado. Segundo a Teoria de Dow - que consta no livro "The Dow Theory", de Robert Rhea -, não dá para manipular a primeira tendência do mercado. Para ela, somente movimentos de intraday e tendências secundárias podem ser guiadas pelo comportamento especulativo dos agentes.
O comportamento do volume, as reversões de tendência e suas proposições sobre os movimentos primários, secundários e terciários do mercado serviram de fundamentação para o desenvolvimento da análise técnica e seus suportes e resistências. Para Dow, uma tendência de mercado continua válida até ser revertida.
Noticiário antigo
Outra proposição básica de Dow é que as médias descontam tudo. Em sua visão, os mercados refletem todas as informações disponíveis nos preços, questão que depois seria desenvolvida pela hipótese de mercados eficientes. Segundo a teoria de Dow, os preços representam a soma total de desejos, medos e expectativas de todos os participantes do mercado.
A velha máxima do "sobe no boato, cai no fato" tem raízes em sua teoria, para quem os mercados sempre olham para frente; ou seja, o que está no noticiário é passado.
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